La voiture reine au Brésil, par Arlindo Gonçalves

Trafico São Paulo

 

A la manière d’un Roland Barthes subversif, l’écrivain brésilien Arlindo Gonçalves rebondit sur toutes les occasions de pointer ce qui cristallise l’attention des Brésiliens et ce qui le touche personnellement.

Après avoir partagé ses textes sur la Biennale du Livre, l’équipe de foot Corinthians et le massacre da Sé, la journée mondiale sans voiture du 22 septembre dernier est prétexte à une chronique sarcastique sur les “dépendants à la voiture”. Une réflexion mordante sur la logique des déplacements, le statut social et l’avenir des villes au Brésil.

Crônicas do Inferno Permanente – A peleja entre o carrodependente e o desmotorizado

Relatei muitas vezes a vocês, personas, mas cabe mencionar de novo: eu não dirijo. Pra quem me conhece, isso não é nenhuma novidade. Eu simplesmente não dirijo. Detesto carros.

Quase a totalidade massacrante – muitas vezes, no passado, também extenuante – da minha circulação pela cidade é feita em ônibus, metrôs, trens ou a pé mesmo. Só pego táxis quando é estritamente necessário e caronas de amigos são cada vez mais raras. Sou mesmo cem por cento pedestre, um verdadeiro caminhante urbano espremido pelas multidões nas calçadas e em eterno risco pela competição com os carros por espaços no asfalto quando atravesso ruas e avenidas tentando sempre respeitar o farol.

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